Mercado imobiliário deve crescer mesmo com o aumento dos juros

09/05/2025

Mercado imobiliário deve crescer mesmo com o aumento dos juros

O Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou agora em maio a taxa Selic para 14,75% ao ano. Com o aumento dos juros, eles atingiram o maior patamar desde julho de 2006, quando chegaram a 15,25% ao ano. Isso afeta os mais diferentes setores da economia, mas um deles em especial: o mercado imobiliário. 

Acompanhe os dados que o Negócios SC traz agora para você e veja a expectativa para o setor em 2025.

Destaques do mercado imobiliário:

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O impacto do aumento dos juros no financiamento imobiliário

A taxa de juros elevada é o principal problema do setor no País em 2025, de acordo com a Sondagem da Indústria da Construção, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Mais de um terço dos empresários (35,3%) têm essa como sua preocupação principal no momento.

O aumento da Selic, que ainda deve chegar a 15% ao ano nos próximos meses, preocupa o mercado imobiliário porque os financiamentos dependem da taxa básica de juros. Como resume uma nota divulgada pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc): “Juros elevados restringem o acesso ao crédito, inibem investimentos produtivos e ampliam o custo da dívida para empresas e famílias”.

Os financiamentos têm uma participação expressiva na aquisição de imóveis no Brasil. Somente em 2024, o País registrou R$ 186,7 bilhões em financiamentos imobiliários com recursos da poupança, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). No entanto, o valor em 2025 deve cair entre 15% a 20%, ficando em torno de R$ 155 bilhões financiados. O motivo número um para essa retração é, justamente, o aumento dos juros.

O impacto da inflação e do aumento dos juros no mercado.

Líderes do mercado imobiliário estão receosos

No levantamento “Termômetro Brasil”, do primeiro trimestre de 2025, a Brain Inteligência Estratégica aponta um cenário de pessimismo no mercado imobiliário em relação à economia brasileira. Na perspectiva para 12 meses, 50% dos empresários esperam uma piora econômica, 48% acreditam que a situação ficará igual aos 12 meses anteriores e apenas 2% apostam em uma melhora.

Em se tratando especificamente do mercado imobiliário:

Curiosamente, quando perguntados sobre as expectativas para as próprias empresas, 68% acreditam que estarão melhores nos próximos 12 meses. Inclusive, 18% esperam estar muito melhores.

Além dessa diferença entre a percepção do próprio negócio em relação ao mercado imobiliário, os líderes brasileiros se mostram muito mais pessimistas que nos demais países latino-americanos analisados pela Brain. 

Na média da América Latina, 33% estão confiantes na melhora de suas economias nacionais, contra 15% que se preparam para um cenário pior. Enquanto isso, no mercado imobiliário, 60% esperam uma evolução no setor, ante os 4% com previsão de piora.

Pesquisa revela que quase metade dos brasileiros deseja comprar imóvel.

Perspectivas positivas para o mercado imobiliário brasileiro em 2025

O cenário é desafiador, mas há boas razões para as lideranças brasileiras alcançarem, no mínimo, o nível de confiança de seus pares latino-americanos. Aqui, podemos destacar quatro fatores.

Intenção de compra segue em alta

O aumento dos juros, que começou em 2024, não afetou a intenção de compra de imóveis no Brasil, segundo a Brain. O índice de novembro (46%) foi exatamente igual ao de setembro (46%) entre os interessados em adquirir um imóvel nos 24 meses seguintes.

Como resultado, a venda de imóveis no País cresceu 17% no primeiro bimestre de 2025, na comparação com o mesmo intervalo do ano anterior, conforme os dados da CBIC.

Demanda por financiamentos está maior em 2025

Os reajustes da taxa Selic não afastaram o público nacional do financiamento imobiliário. Para a Abecip, o efeito foi o oposto: o valor financiado no primeiro trimestre de 2025 cresceu 16,2% frente ao mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 38,3 bilhões.

O número de unidades financiadas também evoluiu nesse intervalo. O Brasil deu um salto de 10% nos três primeiros meses deste ano, somando 109 mil imóveis em novos financiamentos.

Economia brasileira crescerá perto da média latino-americana

A CBIC projeta um crescimento de 2% na economia brasileira em 2025. Como comparação, o Banco Mundial estima que o México permanecerá estável neste ano, o Chile crescerá 2,1% e a Colômbia, 2,4%, sendo que os mercados desses países estão muito mais confiantes que o nosso.

Ainda mais importante é a previsão da CBIC de que o mercado imobiliário no Brasil terá alta de 2,3% em 2025, portanto acima do PIB previsto para o ano.

Efeito do Minha Casa, Minha Vida

A ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida, com a inclusão da Faixa 4 para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, traz mais uma expectativa positiva para o crescimento do mercado imobiliário.

Vale ressaltar que o programa tem menor impacto do aumento dos juros por contar com recursos do FGTS e subsídios públicos. 

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