A taxação de compras internacionais deve render R$ 700 milhões aos cofres públicos do Brasil ainda em 2024. Em agosto deste ano, entrou em vigor o imposto de 20% sobre encomendas de até 50 dólares em sites estrangeiros e isso mexe com o consumidor brasileiro. Afinal, só em 2023 foram gastos R$ 6,42 bilhões com cerca de 210 milhões de remessas vindas de fora do País, segundo a Receita Federal.
Entenda melhor o cenário:
- sete em cada dez brasileiros conectados já fizeram compras internacionais;
- itens de vestuário são os mais procurados por quem compra no exterior;
- a média anual de gastos no cross border é de R$ 558 por consumidor;
- mas a maioria do público pretende reduzir as compras em sites de fora do País.
A seguir, saiba mais sobre o cross border, ou a compra de produtos em sites internacionais.
As compras internacionais no contexto brasileiro
A procura por preços mais baixos é o principal fator que leva os brasileiros a comprar on-line, de acordo com o relatório “E-Commerce Trends 2025”, de Octadesk e Opinion Box. Mas esse também é um critério importante para a escolha da loja virtual.
Oito em cada dez brasileiros compram em sites internacionais por causa do preço menor. Isso é o que aponta o estudo “O consumidor brasileiro e suas compras no e-commerce cross border”, da Sociedade Brasileira de Consumo e Varejo (SBVC) em parceria com a Qualibest.
Além disso, três em cada dez entrevistados destacam a dificuldade de encontrar produtos similares nos sites brasileiros. Inclusive, 93% dos consumidores conectados no Brasil gostariam de encontrar mais produtos internacionais nas lojas virtuais e marketplaces do País. E quais produtos são esses que os internautas nacionais têm comprado no exterior?
- Vestuário: 48%
- Eletrônicos: 42%
- Acessórios femininos: 33%
- Acessórios para smartphone: 30%
- Beleza: 29%
- Acessórios masculinos: 26%
- Cama, mesa e banho: 25%
- Bolsas e mochilas: 25%
- Brinquedos: 18%
- Eletrodomésticos: 18%
Ainda aparecem na lista da SBVC itens como artigos esportivos, smartphones, livros, jogos eletrônicos, produtos para pet etc.
Como os brasileiros decidem onde comprar no e-commerce?

O carrinho de compras internacional deve ficar mais enxuto após a taxa de importação. (Foto via Freepik)
Os sites internacionais favoritos dos brasileiros
Shopee, SHEIN e Amazon aparecem, de diferentes maneiras, entre os sites internacionais preferidos pelos brasileiros para o cross border.
Uma pesquisa da Offerwise para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra, por exemplo, a seguinte ordem de popularidade:
- Shopee: 77%
- SHEIN: 50%
- Amazon: 43%
Aliexpress, Mercado Livre e Wish aparecem como outras opções populares nesse sentido.
De acordo com o “E-Commerce Trends 2025”, 72% dos brasileiros conectados já compraram em sites estrangeiros. Mais ainda, a NIQ Ebit revela que 42,7% dos compradores adquiriram produtos de fora em quatro ou mais ocasiões.
Já a SBVC ressalta o fato de que esses consumidores gastaram, em média, R$ 558 no comércio eletrônico internacional nos 12 meses anteriores ao estudo, realizado em maio de 2024.
Por dentro das mudanças na jornada de compra omnichannel.
O efeito do imposto de importação sobre as compras internacionais
Se o principal motivo para os brasileiros conectados comprarem em sites internacionais é o preço mais baixo, então a nova taxa deve frear o ímpeto do público.
Por sinal, além do imposto de importação de 20% sobre as compras on-line fora do País de até 50 dólares, há o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) que incide sobre o valor total da compra, incluindo a taxa de importação.
A pesquisa da Offerwise mostra o efeito dessa taxação. Segundo o levantamento, 68% dos brasileiros pretendem reduzir as compras internacionais devido ao aumento dos custos.
Mas é interessante notar que o cross border já estava em queda no Brasil. Como informa a NIQ Ebit na 50ª edição do Webshoppers, o percentual de compradores que adquiriram produtos em sites internacionais caiu de 68% no primeiro semestre de 2023 para 57,8% no mesmo período de 2024.
A tendência, portanto, é de que o imposto sobre a importação acelere esse movimento de queda do cross border no País. E isso é uma boa notícia para o e-commerce brasileiro, porque aumenta a competitividade das lojas nacionais.
Conheça o perfil do e-commerce no Brasil em dados.
O consumo dos brasileiros no cross border
Aqui estão os principais dados para você levar desse tema.
Qual é o nível de adesão dos brasileiros às compras internacionais?
Segundo a NIQ Ebit, 72% dos consumidores conectados no País já compraram produtos importados em sites como Shopee e SHEIN.
Quanto os brasileiros gastam em sites internacionais?
A SBVC informa que os brasileiros gastaram R$ 558, em média, em um período de 12 meses até maio de 2024. Ao todo, a Receita Federal calcula um gasto de R$ 6,42 bilhões somente no ano de 2023.
E qual é o impacto da taxa de importação nas compras de até US$ 50?
Sete em cada dez entrevistados pela Offerwise pretendem reduzir as compras em sites internacionais por causa do aumento de custos.
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