A primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2025 foi marcada pelo aumento da taxa Selic para 13,25% ao ano. Essa foi a quarta alta seguida da taxa básica de juros no Brasil, que acompanha a expectativa de subida da inflação para 5,5%, segundo a previsão mais recente do Boletim Focus, do Banco Central (BC).
Saiba o que muda no mercado de consumo em 2025:
- novos aumentos dos juros são esperados ao longo do ano;
- com isso, o crédito e financiamentos ficam mais caros;
- até as compras de supermercado sofrem com esse cenário;
- então, os consumidores adotam diferentes estratégias para economizar.
Fique com dentro do assunto com os dados que o Negócios SC traz a seguir.
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O impacto da taxa básica de juros e as causas da inflação
A taxa Selic é um mecanismo do Banco Central para o controle da inflação no Brasil, já que ela serve de base para outras taxas usadas na economia brasileira. Ao aumentar os juros, o Copom força uma desaceleração econômica pois o crédito fica mais caro no País, então o mercado de consumo tem um freio, o que reduz a alta dos preços.
Mas por que a inflação está em alta? Alguns fatores ajudam a explicar essa situação.
Em primeiro lugar, o Brasil atravessa um período de queda do desemprego e alta da renda real dos trabalhadores. Isso aquece a economia, o que gera uma alta de preços por si só.
Depois, os efeitos climáticos, os ciclos de produção e, principalmente, a alta do dólar têm contribuído para o encarecimento dos produtos alimentícios. Por exemplo, com o real desvalorizado, o agronegócio prioriza a exportação, reduzindo a oferta interna e levando à inflação.
É nesse cenário que o Banco Central eleva a taxa básica de juros, para contrabalançar esses outros movimentos do mercado. É claro, essa medida não é bem recebida pelos setores produtivos, justamente por frear a procura.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) encara o aumento da taxa Selic com preocupação, porque “eleva o custo de capital para as empresas, dificulta o acesso a financiamentos e encarece o crédito ao consumidor”.
Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) expressa que “juros elevados comprometem a atividade econômica e abalam a confiança dos empresários”, além de dificultarem novos investimentos no setor e a aquisição de capital de giro para cobrir os gastos imediatos.
Entenda o impacto dos preços nas compras de supermercado.
A perspectiva para a economia brasileira em 2025 é de desaceleração. (Foto via Freepik)
Os efeitos da alta dos juros no consumidor
A elevação da taxa Selic encarece o crédito e os financiamentos. Em setores que dependem disso para as vendas, como o mercado automotivo e a construção civil, a situação é mais preocupante. Inclusive, os juros elevados foram o principal problema do setor construtivo no Brasil durante o quarto trimestre de 2024, como aponta a CNI.
Além disso, em um País com 76,7% dos consumidores endividados e 29,3% de inadimplentes, de acordo com a CNC, os juros maiores afetam também a compra no comércio e nos serviços. Desde um celular novo até um pacote turístico, os brasileiros que não tiverem esse dinheiro à disposição podem ter de esperar um melhor momento financeiro.
Para quem já tem dívidas, a alta dos juros ainda pressiona o planejamento do orçamento familiar para o restante do ano. Ou seja, o poder de compra fica mais reduzido, o que se reflete nos gastos do dia a dia, como os de supermercado.
Veja 4 tendências de consumo que afetarão sua marca em 2025.
As estratégias de consumo para economizar
Esse não é um problema exclusivamente brasileiro. Uma pesquisa global da Innova Market Insights mostra que a situação financeira é a maior preocupação dos consumidores para 2025. Daí surgem algumas estratégias e novas visões do consumo na busca por economia nas compras.
Nesse sentido, a Nielsen revela no relatório “Consumer Outlook” que o público está adotando até mesmo novos significados para a palavra “desconto”.
- 70% dos consumidores comprariam produtos com maior eficiência energética;
- 67% experimentariam uma nova marca porque ela oferece um preço mais baixo;
- 65% estão procurando produtos em quantidades maiores, com menor custo por uso;
- 64% comprariam um produto que inovou para ser o mais barato possível;
- 52% estão comprando embalagens menores para cortar o custo total.
Ou seja, diferentes perfis de consumidor estão procurando valor de formas próprias para lidar com o cenário de inflação. Aproveite agora para conhecer melhor seu público-alvo baixando os estudos e pesquisas do Negócios SC.